quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os Povos da Ilha de Marajó

Os primeiros habitantes da Ilha de Marajó em tempos Pré-Colombianos eram nômades. Viviam em grupos caçadores-coletores que exploravam os recursos naturais de uma determinada região e quando estes escasseavam se mudavam para outras áreas mais ricas em caça e pescas, isto ocorreu entre 3.000 a 12.000 mil anos atrás. Segundo o Pesquisador Mário Ferreira Simões a ocupação da Ilha de Marajó, em tempos Pré-Colombianos foi efetuada por sucessivos grupos indígenas; estudos porém, com base em estratigrafia arqueológica, definiram 5 fases ceramistas para a Ilha:
1ª Fase Ananatuba ( 980 +-200 a.C.);
2ª Fase Mangueiras ( contemporânea da fase anterior a partir do terço final da duração desta fase. 3ª Fase Formiga (100 a 400 a. C.); 4ª Fase Marajoara ( 480 ± 200 a.C. ; 580 ± 200 a.C. e 690 ± 200 a. C.); 5ª Fase Aruã a partir dos anos 1101 - Século XII d.C. e ano 1701 - Século XVIII d.C.

Segundos pesquisadores, a partir do final desse período –entre 2.000 e 3.100 anos atrás -, a Ilha de Marajó e as regiões próximas passaram por vários episódios de ocupação humana mais estável, que deixaram vestígios de singulares culturas pré-históricas.
A Ilha de Marajó passou por sucessivas fases de ocupação entre os anos 800 a.C. e 400 d.C. Algumas foram resultados da expulsão dos sucessores, outras em convivências conflituosas e outras teriam assimilado as comunidades existentes e suas culturas.
Por volta do ano 400 d.C. alguns povos andinos se estabeleceram nas terras próximas ao estuário e na Ilha de Marajó. Começou então, o domínio da Cultura Marajoara. Os marajoaras logo ocuparam uma grande parte da Ilha.Esses povos praticavam uma agricultura tecnicamente avançada para a época e construíram edificações de pedra, entre as quais se destacavam as grandes necrópoles elevadas, hoje chamamos de tesos.
A Cerâmica Marajoara com uma técnica muito bem elaborada utilizava para a fabricação de objetos utilitários como recolher água e o armazenamento de alimentos, além de urnas funerárias antropomorfas e objetos de adorno ou de culto, como estatuetas e figuras zoomorfas.
No entanto, a Cultura marajoara teve um processo de declínio, o que pode ser observado através da menor complexidade das construções e da cerâmica que realizaram durante o final do seu período de ocupação, e, por volta do ano 1350 d.C., desapareceu devido a uma nova etapa de ocupação desencadeada pelos aruans.
Os Aruãs guerrearam com os Marajoaras até expulsá-los ou absorver o resto da sua cultura, conseguindo permanecer na Ilha até a chegada dos europeus.
Referencia Bibliográfica: A Grande Aventura de Cousteau.Volume 28-Ediciones Altaya S.A- 1997- Barcelona Espanha - Págs: 30-31