segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Cerâmica Marajoara

A Cerâmica Marajoara é feita pelos indígenas da Ilha de Marajó, é a mais antiga dentre as artes em cerâmica do Brasil. Muito sofisticadas, as peças em cerâmica marajoara são altamente elaboradas, possuindo variadas técnicas de ornamentação. Dentre a produção, há uma grande diversidade de objetos como vasilhas, brinquedos, urnas funerárias, apitos, chocalhos, estatuetas e até mesmo tangas – ou tapa-sexo. São uma das maiores riquezas da cultura do Norte brasileiro, mundialmente reconhecida. A fase mais estudada e conhecida da produção da cerâmica marajoara compreende os anos entre 600 e 1200 depois de Cristo. Estudos arqueológicos mostram que a região da Ilha de Marajó, a maior ilha fluvial do mundo, localizada no Pará, foi ocupada há cerca de dois mil anos por agricultores e ceramistas oriundos dos Andes. A fase marajoara, marcada pela presença de objetos com acabamento muito detalhado em baixo ou alto-relevo, leva a crer que a região foi ocupada por grupos com razoável grau de organização e diferentes camadas sociais, agrupadas a partir de suas relações e valores culturais. Os índios da Ilha de Marajó utilizavam o barro para confeccionar os objetos utilitários ou decorativos. Visando aumentar a resistência das peças, misturavam o barro com outras substâncias minerais ou vegetais, como pó de pedras ou conchas, cinzas de cascas de árvores ou de ossos e o cauixi (esponja gelatinosa que recobre as raízes submersas de árvores). Os objetos possuíam formas semelhantes ao homem ou eram representações de animais. As peças eram acromáticas, ou seja, não possuíam cor na decoração, ou cromáticas. Nas peças cromáticas, utilizavam o englobe (barro em estado líquido) com pigmentos extraídos de alguns vegetais, como o urucum e o caulim, sendo as cores branca, vermelha e preta as mais utilizadas. A decoração das cerâmicas marajoara era composta por traços gráficos harmoniosos e simétricos, cortes, aplicações, dentre outras técnicas. Depois de prontas, as peças eram queimadas em fogueiras ou buracos e eram finalizadas com breu do Jutaí, material que proporcionava um efeito brilhoso semelhante ao do verniz. Para incentivar o turismo e o comércio local na cidade de Icoaraci, próxima a Belém, diversos artesãos descendentes de índios tentam preservar e manter a tradição marajoara, fabricando réplicas da cerâmica, ajudando, assim, a divulgar os trabalhos indígenas e a preservar um dos maiores patrimônios culturais do Brasil.

Fonte: http://www.hak.com.br/artesanato/ceramica-marajoara-a-riqueza-do-artesanato-da-regiao-norte-do-brasil.

A Arte Marajoara II

    A Cerâmica Marajoara é geralmente caracterizada pelo uso de pintura vermelha ou preta sobre fundo branco. Uma das técnicas mais utilizadas para ornamentação desta cerâmica é a do champlevé ou campo elevado, onde são conseguidos desenhos em relevo por meio de decalque de desenhos sobre uma superfície alisada e escavando em seguida a área sem marcação.Entre os motivos de decoração mais comuns encontrados nesta cerâmica estão animais da fauna amazônica, como serpentes e macacos, a figura humana e figuras antropozoomórficas. Tendo em vista o aumento a sua resistência do produto final eram agregados antiplásticos ou tempero na argila, dentre os quais cinzas de cascalho e de ossos e concha. Antiplástico ou tempero são termos que se utiliza para designar os elementos, como por exemplo, cacos, conchas moídas, cascas de árvores queimadas e piladas, espículas de esponjas, areia, etc. que são acrescentados na argila para torná-la mais resistente evitando que se quebre durante o processo de fabricação de um artefato.Depois de modelada, a peça era pintada, caso o autor o pretendesse, com vários pigmentos, existindo uma abundância de vermelho em todo o  conjunto encontrado, e somente depois cozidas numa fogueira a céu aberto. Após a queima da cerâmica, esta era envernizada, propiciando à peça um aspecto lustroso. São conhecidas cerca de quinze técnicas de acabamento das peças, revelando um dos mais complexos e sofisticados estilos cerâmicos da América Latina pré-colonial. Os artefatos mais elaborados eram destinados ao uso funerário ou ritual. Os artefatos encontrados que demonstram uso cotidiano apresentam decoração menos rebuscada.É dificultado o resgate de peças de Cerâmica Marajoara pelas inundações periódicas e até pelos numerosos roubos e saques do material, frequentemente contrabandeado para território exterior ao brasileiro.

A Arte Marajoara

A Arte Marajoara é um tipo de cerâmica fruto do trabalho das tribos indígenas que habitavam a ilha brasileira de Marajó (Belém, no estado do Pará), na foz do rio Amazonas, durante o período pré-colonial de 400 a 1400 d.C. O período de produção desta cerâmica tão sofisticada esteticamente é chamado de "Fase Marajoara",uma vez que existem sucessivas fases de ocupações na região, cada uma delas com uma cerâmica característica. As fases de ocupação da Ilha de Marajó são: Fase Ananatuba (a mais antiga), a Fase Mangueiras, a Fase Formigas, a Fase Marajoara e a Fase Aruã. Destas cinco fases, a Fase Marajoara é a que apresenta a cerâmica mais elaborada, sendo reconhecida por sua sofisticação.
A Cerâmica Marajoara foi descoberta em 1871 quando dois pesquisadores visitavam a Ilha de Marajó, Charles Frederick Hartt e Domingos Soares Ferreira Penna. Hartt impressionou-se tanto com o que viu que publicou um artigo em uma revista científica, revelando ao mundo a desconhecida Cultura Marajoara.
Alguns arqueólogos encontraram objetos de cerâmica em bom estado de conservação, realizados com destreza, tendo em conta as formas esguias e curvilíneas perfeitamente moldadas, e delicadamente decorados e pintados. Tais objetos pertenceram à chamada "Fase Marajoara", um antigo povo da região amazônica. Através de grandes pesquisas, descobriu-se que os Indios Marajoaras levantavam suas casas sobre morros artificiais chamados de Tesos, construídos para proteger as casas de inundações. Escavando esses morros, os arqueólogos encontraram vasos, vasilhas, urnas, tigelas e outras peças de cerâmica, feitas com argila cozida da região marginal. Os objetos que mais chamaram a atenção foram encontrados em sepulturas.  Museu do Marajó, criada em 1972, em Cachoeira do Arari, pelo Padre Gilvani Gallo, reúne peças de uso cotidiano e de costumes, relacionando-se com o aspecto cívico-religioso da civilização. O Museu foi criado com o intuito de promover e dar a conhecer ao público a cultura e a arte de uma civilização já remota. Os índios do Marajó confeccionavam objetos utilitários, mas também decorativos.   
Entre os vários objetos encontrados pelos pesquisadores encontram-se vasilhas, potes, urnas funerárias, brinquedosestatuetas, vasos, pratos e tangas para cobrir as zonas genitais das jovens, igualmente feitas de cerâmica. A igaçaba, por exemplo, era uma espécie de pote de barro ou uma talha grande para a água, que servia para conservar alimentos e outros. Hoje existem várias cópias das igaçabas de Marajó.
Todos apresentam uma grande diversidade de formas e padrões de decoração, sendo um dos mais conhecidos o das urnas globulares que apresentam decoração pintada e modelada representando figuras antropomorfas (primatas).
Outros tipos de urnas combinam pintura, o uso de incisões e excisões e modelados que representam figuram antropomórficas e zoomórficas. Outros vasos foram decorados com pintura de motivos geométricos, podendo ser citados neste caso formas mais simplificadas como por exemplo as tigelas, e outros apresentando formas mais complexas como vasos de base dupla, urnas funerárias, estatuetas, pratos, tangas e tigelas em pedestais.