A Arte
Marajoara é
um tipo de cerâmica fruto do trabalho das tribos indígenas que habitavam a ilha brasileira de Marajó (Belém, no estado do Pará), na foz do rio Amazonas, durante o período
pré-colonial de 400 a 1400 d.C. O período de produção desta cerâmica tão
sofisticada esteticamente é chamado de "Fase Marajoara",uma vez que
existem sucessivas fases de ocupações na região, cada uma delas com uma
cerâmica característica. As fases de ocupação da Ilha de Marajó são: Fase
Ananatuba (a mais antiga), a Fase Mangueiras, a Fase Formigas, a Fase Marajoara
e a Fase Aruã. Destas cinco fases, a Fase Marajoara é a que apresenta a
cerâmica mais elaborada, sendo reconhecida por sua sofisticação.
A
Cerâmica Marajoara foi descoberta em 1871 quando dois pesquisadores visitavam a
Ilha de Marajó, Charles Frederick Hartt e Domingos Soares Ferreira Penna. Hartt
impressionou-se tanto com o que viu que publicou um artigo em uma revista
científica, revelando ao mundo a desconhecida Cultura Marajoara.
Alguns arqueólogos encontraram objetos de cerâmica em bom
estado de conservação, realizados com destreza, tendo em conta as formas esguias
e curvilíneas perfeitamente moldadas, e delicadamente decorados e pintados. Tais
objetos pertenceram à chamada "Fase Marajoara", um antigo povo da
região amazônica. Através de grandes pesquisas, descobriu-se que os Indios Marajoaras levantavam suas casas sobre morros artificiais chamados de Tesos, construídos
para proteger as casas de inundações. Escavando esses morros, os arqueólogos
encontraram vasos, vasilhas, urnas, tigelas e outras peças de cerâmica, feitas com argila cozida da região marginal. Os objetos
que mais chamaram a atenção foram encontrados em sepulturas. Museu do
Marajó, criada em 1972, em Cachoeira do Arari, pelo Padre Gilvani Gallo, reúne
peças de uso cotidiano e de costumes, relacionando-se com o aspecto cívico-religioso
da civilização. O Museu foi criado com o intuito de promover e dar a conhecer
ao público a cultura e a arte de uma civilização já remota. Os índios do Marajó confeccionavam objetos
utilitários, mas também decorativos.
Entre os vários objetos encontrados pelos
pesquisadores encontram-se vasilhas, potes, urnas funerárias, brinquedos, estatuetas, vasos, pratos e tangas para cobrir as zonas genitais das
jovens, igualmente feitas de cerâmica. A igaçaba, por exemplo, era uma espécie
de pote de barro ou uma talha grande para a água, que servia para conservar alimentos e outros. Hoje existem várias cópias
das igaçabas de Marajó.
Todos
apresentam uma grande diversidade de formas e padrões de decoração, sendo um
dos mais conhecidos o das urnas globulares que apresentam decoração pintada e
modelada representando figuras antropomorfas (primatas).
Outros
tipos de urnas combinam pintura, o uso de incisões e excisões e modelados que
representam figuram antropomórficas e zoomórficas.
Outros vasos foram decorados com pintura de motivos geométricos, podendo ser
citados neste caso formas mais simplificadas como por exemplo as tigelas, e
outros apresentando formas mais complexas como vasos de base dupla, urnas
funerárias, estatuetas, pratos, tangas e tigelas em pedestais.
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